Curar não é algo permanente

E curar nem sempre é responder positivamente quando situações negativas surgem

Por vezes curar passa por seres o “Karma” de alguém.

Por vezes curar é dar uma lição a uma pessoa para que a relembre como deve tratar alguém.

Curar não se trata de andar por aí a ser positiva e perfeita.

Porque por vezes a resposta positiva para ti pode passar por colocar uma pessoa no seu lugar nesse exacto momento.

Isto porque no meu processo de curar aprendi que nem sempre preciso de ser aquela pessoa que tem tudo arrumado dentro dela, e passa mais por como respondo em certas situações.

Passa por dar atenção a essas situações.

É isso, para mim curar é dar atenção às situações.

Isto porque passei parte da minha vida a deixar passar ou desvalorizar certas coisas e isso criou como que um ciclo de situações que se repetiam e dava no mesmo resultado.

E isso porque não dava no momento a atenção necessária a essas situações.

Era do tipo, vá deixa lá isso passar não é importante, mas lá vinha outra pessoa e fazia o mesmo e mais uma vez, vá deixa lá isso não tem importância, mas vinha outra e fazia o mesmo ou até pior.

E sem dares por isso andas nesse ciclo escorregadio que te leva para baixo.

E se passas o tempo a deixar fazerem-te coisas que te desagradam é porque talvez precises de cortar o mal pela raiz.

Isto porque não estás a lidar com a situação quando ela surge e isso não significa ir nesse exacto momento às profundezas do porquê de isso estar a acontecer, pois precisas primeiro de observar e tomar consciência de todas as potenciais consequências resultantes do como respondes à situação.

E significa perguntares-te...

Será que quero gastar energia com isto? Esta pessoa vale essa energia? Será que esta pessoa tem o potencial de voltar a repetir isto comigo? Será que vai conseguir influenciar outras pessoas para me testar? Será que vai fazer isto a mais alguém? Será que eu também sou assim?

Talvez!

E talvez essa situação seja para ti curar, porque sempre deixaste-te pisar a vida inteira.

Por outro lado, curar para outras pessoas é simplesmente virar as costas, mas deixando bem claro que não voltem a testar-te a paciência.

Curar não se trata de ser perfeito, positivo e em paz a toda a hora.

Por vezes curar passa por proteger a tua paz e todos nós protegemos a nossa paz de formas diferentes.

Para mim passa por lembrar-me de não ser demasiado dura comigo mesma.

Passa por ser directa com as pessoas de forma a perceber o que se passa, e

respeitar-me enquanto tento perceber isso.

Trata-se de gostar de mim o suficiente acima de tudo porque ninguém merece a minha paz ninguém merece que perca o meu tempo, e ninguém merece que eu me sacrifique por ela.

Porque vão sempre existir coisas que despertam gatilhos.

Afinal existem memórias, temos os nossos momentos, mas nessas alturas que isso surge faço por relembrar que me amo e perdoo-me.

E esta pessoa não merece a minha energia.

Vou perdoar esta pessoa na minha mente, para mim nesse momento, e isto para que possa seguir em frente e fazer o que preciso fazer, e se um dia essa pessoa cruzar o meu caminho de novo, curar pode passar por estarmos juntos ou pode passar por afastar-me.

Para ti curar pode passar por apenas rir delas porque a vida não lhes corre bem por assim serem.

Ou pode, sabes ainda bem para esta pessoa estar a ser bem sucedida, pois curaram e percebes que finalmente decidiram trabalhar nelas para que isso acontecesse.

Ou pode ser simplesmente estares a borrifar-te.

Então chegamos à conclusão que existem várias facetas no curar e que difere de pessoa para pessoa, e não te deves comparar a ninguém porque os momentos da vida são diferentes para cada um de nós.

Todos passamos por situações parecidas, mas isso não significa que vamos ou tenhamos de responder da mesma forma.

Então colocar alguém no lugar, pode não ser a melhor opção para ti.

Ou virar costas porque não tenho tempo, pode não ser a melhor opção para ti.

Passa mais por tu fazeres um exame de consciência e perceber qual será a melhor forma de responder perante as situações.

Então pára de te comparar com o processo dos outros.

Ou julgar o que curar pode ser para alguém.

Porque curar para mim pode não ser o que é para ti.

Vera Nascimento

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