O que a mente cala o corpo fala.
- Veraslowdown slowdown
- 22 de nov. de 2023
- 4 min de leitura

Num destes dias, durante o treino no estúdio, foi tema de conversa este assunto.
Porque apesar de irem para treinar, ocasionalmente também conversamos e trocamos ideias, são partilhadas opiniões, confiam-se histórias de vida e “coisas da alma”.
Uma verdadeira tertúlia misturada com suor.
O maravilhoso de treinar alguém, e isto falando pela minha experiência, é que assistes não só às vulnerabilidades físicas de alguém, mas também, e porque a confiança ao longo do tempo foi construida ao ponto de isso ser possível, acontece ouvir o que lhes vai dentro.
E pode ocorrer assistir uma ou outra vez a um choro de emoções reprimidas, recentes, ou antigas, a uma ou mais histórias partilhadas que fazem-te entender o porquê de aquele ser humano que tens à tua frente é como é, a medos e ilusões que, no fundo, são iguais ou parecidos tanto aos meus como aos de tantas outras pessoas.
E a beleza dessa ocorrência é que a pessoa, sem que se aperceba, vai “curando”, essa partilha ajuda a "curar" todos os envolvidos.
Mas "curar" o quê, Vera?
Todos carregamos uma “mochila” como disse uma das minhas alunas nessa conversa, e essa "mochila" está carregada de histórias, umas pesadas, outras mais leves, mas comparações à parte porque afinal todos sabemos que mesmo que custe imenso assistir ao sofrimento dos que nos são chegados, ou nem tanto, é sempre mais fácil lidar com a dor do outro do que com a nossa própria dor.
Por isso não nos cabe julgar se a “nossa dor” é mais ou menos importante, se é mais ou menos dolorosa, é o que é, e a marca que deixa é igual a qualquer outra.
Por isso arrisco dizer que curar passa por ir retirando com carinho essas histórias da “mochila” e arrumá-las nas “gavetas” para que ocasionalmente possa acontecer abrir uma dessas gavetas, olhar, ver o que lá está, mas que isso aconteça sem a sensação de aflição ou dor associada.
Mas, afinal, como “curar”?
Supostamente “curar” é um tema muito subjetivo e sujeito a várias interpretações, resumidamente dizem que é ser ou ficar livre de qualquer sofrimento físico, mental, emocional ou espiritual que uma qualquer experiência de vida possa ter causado em nós.
Milagres acontecem, mas até para eles tens de dispor-te a querer receber.
Posso partilhar contigo que ao longo do meu percurso percebi que, “curar” vem como ondas, umas mais fortes, outras nem tanto, mas por vezes vem aquela sétima onda que nos derruba e faz-nos pensar, mas que raio estou a fazer mal?
As respostas, essas, só surgem, quando estamos preparados para as receber, por mais chato que isso possa parecer.
Mas o raio da nossa mente limita-nos.
Isto porque passamos o tempo todo a acreditar em qualquer pensamento que nos passa pela cabeça, e pior, agimos perante a sua maioria na convicção que é imperativo fazê-lo senão podemos ter algum azar.
E se te disser que a tua realidade é o resultado de uma ação que tomaste que teve origem no teu pensamento.
Será que entendeste? Volta a ler com calma…
Mas, e se não agisses, como poderia ser diferente essa realidade?
Estás a entender a magia da coisa?
E se apenas te mantivesses na curiosidade de observar e perceber que; “olha estou a pensar isto que engraçado… estou apenas a pensar… não preciso de agir.”
Acreditamos piamente nos nossos 5 sentidos para explicar o que nos acontece quando, na verdade, muito mais acontece para além desses 5 sentidos em que tanto acreditamos.
Ver para acreditar….
Mas talvez para que a suposta “cura” vá acontecendo temos de acreditar antes de ver.
Afinal milagres acontecem não é verdade?
São várias as etapas de uma “cura”, mas considero estas talvez as mais importantes e elas são:
A confiança, a Intenção, e o amor por ti mesmo.
Não necessariamente nesta particular ordem, mas a verdade é que precisamos confiar em algo para além daquilo que os nossos 5 sentidos permitem, confiar na hipótese de acontecer algo bom, mesmo sem nenhuma prova concreta de que assim o será.
Pois se não confiares a tua intenção não está alinhada com a dita “cura" que desejas”, estás, sim, pré-ocupada com todos os outros possíveis pensamentos de derrota e negatividade que te passam pela cabecinha.
O que em nada ajuda na “cura”, pois entras num turbilhão de pensamentos onde achas que nada podes fazer para mudar a tua realidade sem que aconteça um milagre.
Quando, na verdade, o verdadeiro milagre vem de dentro de ti.
A cura acontece de dentro para fora, mas até para isso temos de estar dispostos a AMAR o que fomos, o que somos e o que podemos vir a ser.
A falta de amor por nós mesmos não abona nada em nosso favor.
Claro que a “cura” pode também assentar no sorriso de alguém que nos ouve quando contamos as nossas dores, alguém em quem confiamos e nos permite expressar o que nos vai dentro sem medo.
Acontece por vezes passarmos pela dor da traição, percebemos que contámos mais do que devíamos a quem não devíamos, mas é assim.
O que posso dizer em relação a isso é que, não peças para não ser traída ou traído, pede antes para que tu não te traias a ti mesmo, começa tu por não te traíres e acredita que todos os que traem se desvanecem da tua vida.
Lembra de dentro para fora.
Porque passa por primeiro “seres” tu aquilo que queres que os outros sejam.
Pede antes para acreditares na hipótese de um desfecho diferente daquele que passas o tempo a crer que vai ser.
Pede antes para que o teu corpo não cale nunca o que tentas esconder dentro da mente.
Pois tens assim a hipótese de fazer diferente daquilo que até hoje fizeste.
E talvez assim ter também um desfecho diferente.
Não caias no erro de repetir vezes sem conta o mesmo erro e esperar resultados diferentes.
Porque o que a mente cala o corpo fala, mais cedo ou mais tarde.
Mas acrescenta algo muito importante, tem paciência com o processo.
Vera Nascimento
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